sábado, 31 de janeiro de 2009

filatelia

EMISSÕES NOVAS
PORTUGAL


Vultos da Cultura Portuguesa – série de dois selos lançada em 27/01/2009, com carimbos comemorativos de Primeiro Dia de Emissão nos seguintes locais: Lisboa, Estação da Praça dos Restauradores, Porto, Estação do Município, Funchal, Estação da Avenida de Zarco, Ponta Delgada, Estação da Antero de Quental, Vila Viçosa, Estação da Avenida Bento de Jesus Caraça, Baião, Estação Rua Frei Domingos Vieira.
Taxas e tiragens. 0,32 € X 2 – 330.000 cada.
Fotos: selo Soeiro Pereira Gomes – Museu do Neo – Realismo; selo Henrique Pousão “sperando o Sucesso” (pormenor) Museu Soares dos Reis, Calos Monteiro/DDF/IMC
Impressão: Cartor
Henrique Pousão (1859/1884)., de nome completo Henrique César de Araújo Pousão nasceu em Vila Viçosa em 1 de Janeiro de 1959. Pela profissão do pai, o juiz Nunes Pousão, viveu em várias cidades do país. Em 1872, tendo-se fixado no Norte, iniciou os seus estudos artísticos na Academia Portuense de Belas Artes. De entre os mestres que teve nos primeiros anos de aprendizagem são de salientar António José da Costa de que teve aulas particulares e, na Academia, João António Correia e Marques de Oliveira
.
http://www.cm-vilavicosa.pt/pt/conteudos/o%20concelho/historia/henrique%20pousao.htm
Joaquim Soeiro Pereira Gomes (1909/1949), Escritor maior do movimento neo-realista português, cuja obra marca, de modo notável, a literatura portuguesa.
Nasce nas terras do Douro, na serrana aldeia de Gestaçô (concelho de Baião), faz os primeiros estudos em Espinho, seguindo para Coimbra, onde tira o curso de Regente Agrícola. Após uma breve passagem por Angola, vai morar, recém-casado em Alhandra. O seu engenho cívico nas colectividades operárias prolongar-se-á num envolvimento cultural, ligado ao teatro e às terras, reflectindo preocupações sociais e oposicionistas ao regime do Estado Novo.
http://www.wook.pt/Authors/detail/id/24213

10 Anos do Euro – série de dois selos lançada em 28/01/2009, com carimbos comemorativos de Primeiro Dia de Emissão em Lisboa, Estação dos Restauradores, Porto, Estação do Município, Funchal, Estação da Avenida de Zarco, Ponta Delgada, Estação da Avenida Antero de Quental.
Taxas e Tiragens: 0,47 € - 230.000
1,00 € - 245.000
Desenhos: João Machado
Impressão: Cartor

Em 1 de Janeiro de 2009 passaram dez anos sobre um dos momentos cimeiros do projecto europeu e da história contemporânea – a criação do euro.
Com efeito, em 1 de Janeiro de 1999 tinha inicio a chamada terceira fase da União Económica e Monetária, prevista no Tratado da União Europeia, com a introdução do euro e a condução de uma política monetária e cambial única, da responsabilidade do Eurosistema (formado pelo Banco Central Europeu e pelos bancos centrais dos Estados-membros participantes na área do euro, nos quais se inclui o Banco de Portugal.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moedas_de_euro_portuguesas

NOTA: esta informação, chegou hoje, 28/01/2009.

Daniel Costa

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

filatelia


LUBRAPEX 2009

Segundo notícia chegada por E-mail do respectivo Serviço dos Correios de São Paulo, Brasil, a 24 de Janeiro de 2009, será a cidade de Portimão, Algarve, a albergar a LUBRAPEX 2009 de 4 a 14 de Junho de 2009,
A XX Exposição Filatélica Luso-Brasileira, quiçá a maior e mais duradoura manifestação oficial da cultura dos dois países irmãos.
As LUBRAPEX'S, por iniciativa de filatelistas do Brasil começaram a realizar-se, alternadamente, de dois anos, no Brasil e em Portugal.
Actualmente, também por iniciativa dos Correios do Brasil, na actualidade, desde o ano de 2000, realiza-se de três em três anos.
O primeiro certame realizou-se no Rio de Janeiro, em 1966, cabendo o segundo à ilha da Madeira em 1968. Para perpetuar esta verdadeira festa da filatelia, concomitantemente da cultura da lusofonia, os Correios de Portugal, colaboraram não só com o apoio monetário, como lançaram sete belíssimos selos postais, que saíram do vigoroso traço de Cândido da Costa Pinto.
Os selos foram emitidos em 17/08/1968, data da inauguração da Exposição, Com tiragens de 9, 9, 1,5, 1, 1,0.5, 0,5 milhões, com as respectivas taxas de $50, 1$00, 1$50, 2$80, 3$50, 4$30 e 20$00, tem os números do catálogo Afinsa 1031 a l037.

Como fiz parte de duas Comissões Executivas, de outros tantos certames realizados em Lisboa, na Biblioteca Nacional e Fil, permito-me recordar dois Presidentes Federativos, que fizeram parte.
Engenheiro Manuel Marques Gomes, também escritor e jornalista filatélico, que julgo ter sido, com o General Euclides Pontes, do Brasil, para quem elaborei uma entrevista, as personalidades que mais vezes fizeram parte do júri. Nessa qualidade participaram em Portugal e no Brasil.
Hélder Torres, que foi um dos cinco Administradores da Tap, nos pós Revolução de Abril, que trouxe para a filatelia todo o seu saber organizativo, com quem tive o prazer de executar o primeiro Jornal, relativo a uma Exposição Filatélica, talvez o único que cumpriu o integralmente o objectivo.
Quer se queira, ou não, foi Hélder Torres, quem criou as bases e abria a actual Sede da Federação Portuguesa de Filatelia, na Rua Almirante Reis, 70 – 3º Esqº, em Lisboa, no mesmo edifício em que funcionava, numa exígua sala, do Clube Filatélico de Filatélico de Portugal, no 5º. Dtº. do mesmo edifico. Fez ainda parte dos criadores da revista FN – Filatelia e Numismática.

Daniel Costa





quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

FILATELIA

A OUTRA

É uma companhia encantadora que condiciona sempre o seu bom humor para completar o meu. Não bebe, mas há dias que chega a inebriar-me. Não fala mas inspira-me a ideia de adivinhar o que quer dizer-me. É atractiva e de tal maneira bela que até os seus pequenos defeitos me encantam.
Tem um carácter provocante e anima-me a explorar o seu passado interessante, mas algo misterioso.
Mesmo sem maquilhagem, as suas cores são belas.
No passado alguém terá podido servir-se dela certamente, mas não lhe roubou mérito. Os seus amigos são os meus.
Quando está a meu lado não me sinto só e jamais me incomoda. Apesar de muitos anos de intimidade, ela prende continuamente a minha atenção.
Um desconhecido pergunta-me, quanto custa?
Não posso recordar-me, a qualidade é uma virtude que perdura e da qual se esquece o preço.
Não me compreende e murmura com entusiasmo: Parece-me que farias um grande negócio vendendo-a a alguém mais jovem.
Porque venderia o meu prazer e a minha felicidade? Seria uma heresia!
É o eterno capitalista que só actua por ganância. Se ele a comprava, estou certo que só a veria de vez em quando. Não saberia apreciar os seus encantos, e possivelmente a esconderia de tal modo que não poderia ser feliz com ela.
Desejaria que não deixe de manter-se viva. Se soubesse que o amor de outro era igual ao meu, a cederia, mas, vendê-la? Jamais!
Sou seu amante.
ELA É A FILATELA!...

In revista FRANQUIA número um, de Janeiro de l974, tradução livre de Miguel Foz, pseudónimo de Daniel Costa, de um texto em espanhol, autor anónimo.

Bem Vindo!

"O Pontapé de saída" do Guia do Coleccionador começou no mês do Euro 2004 realizado do nosso Pais em Junho de 2004. Este projecto foi realizado a pensar nos coleccionadores Portugueses que já há algum tempo mereciam uma revista para combater o vazio que foi deixado pela Franquia do meu amigo Daniel Costa, que foi o grande mentor deste meu projecto.

FRANQUIA e Daniel Costa, foram sublinhados por mim.
Entrada da primeira web da revista FILNUMIS, do Barreiro, dirigida pelo amigo António Caetano, a quem agradeço a cortesia.
De facto, António Caetano foi assinante da FRANQUIA.
Tinha a veleidade de conhecer bem os amigos assinantes, pela correspondência.
O citado era um dos meus.
Daniel Costa

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

filatelia

IMPRENSA FILATÉLICA
NO BRASIL

No passado dia quinze de Janeiro, segundo FILATELIA 77, dos Correios de S. Paulo, Brasil, de que me fez chegar E-Mail, celebrou-se o “Dia da Imprensa Filatélica,” promovido naquele Estado, pela própria empresa, através da sua Agência na cidade.
Cidade que é uma metrópole tão grande, em população, como Portugal inteiro e homenageou-se larga imprensa brasileira, da especialidade, sendo lembrada a primeira publicação filatélica do Brasil, o “Brazil Philatélico,” que nasceu em l882, precisamente em 15 de Janeiro. Editado por Luís Levy.
E em Portugal?
Foram lembrados nomes de jornalistas filatélicos filiados, ou não na ABRAJOV – Associação de Jornalistas Filatélicos do Brasil (repete-se filiados os não,) e todos os órgãos de comunicação, que divulguem a filatelia.
Foi homenageado Favarão!
Qual é a entidade a lembrar-se de homenagear o Imprensa Filatélica, feita com sacrifícios de grandes ou menores filatelistas, de cujas mais valias os Correios beneficiaram, visto que esta promoveu e continua a promover o hoby.
A principal beneficiária é a entidade emissora, não se espere que seja outra estrutura a arcar com os custos da promoção.
Não desmerecendo, nenhum jornalista filatélico, foi enaltecida com, parabéns Carlos Roberto Favarão , que ocupa o cargo de Assistente Comercial do Segmento Filatelia na Directoria Regional de São Paulo, interior dos Correios.
Favarão é amante da filatelia, que a divulga coordenando, o Clube Filatélico Mirim, de S. José do Rio Preto e da edição de publicações de Colunas Filatélicas e 17 publicações do interior do Estado de São Paulo.
Serviço FRANQUIA, bastantes recortes desta imprensa, que referenciava a extinta revista FRANQUIA.
Carlos Roberto Favarão, tinha sido distinguido, com o Prémio, que tem o nome do emérito filatelista e escritor filatélico Ângelo Zioni.
FILATELA 77 no seu Mail de ontem, 15/01/2009, divulgava já o programa das emissões filatélicas portuguesas. Embora a pedido, revela a pouca atenção, que a Filatelia Oficial Portuguesa tem, para quem divulga filatelia.
Fica a chamada de atenção para o facto, nada abonatório!...

"Programação dos lançamentos postais de Portugal para 2009: A simpática Filomena Andrade, dos Correios de Portugal, me disponibilizou a relação das emissões postais daquele país para este ano. Quem coleciona Portugal, fique atento aos lançamentos:"

Emissão
Data

Vultos da História e da Cultura
27.01
10 Anos do Euro
28.01
100 Anos do Nascimento de Carmen Miranda
a definir
Transportes Públicos Urbanos (emissão base - 3º grupo)
09.02
200 Anos do Nascimento de Charles Darwin
12.02
Herança Africana
26.02
Aqui há Selo - Ciência em Portugal / Tabuada (?)
04.03
800 Anos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (Franciscanos)
11.03
Emissão conjunta com a Turquia
15.04
Lagoas - Açores
22.04
Frutos Tropicais e Subtropicais da Madeira
Abril
Transportes Públicos Urbanos (emissão base) - Selos A.A. - 3º grupo
Abril
Europa 2009 - Astronomia (Portugal, Açores, Madeira)
08.05
50 Anos do Cristo Rei
17.05
O Jazz em Portugal
27.05
Gastronomia Lusófona
05.06
O Cavalo Lusitano
16.06
Emissão Conjunta com o Irã - Águias Pesqueiras
07.07
900 Anos do Nascimento de D. Afonso Henrique
14.07
Pão Tradicional Português (1ª série)
28.07
Vultos da História e Cultura (Teatro Português)
01.09
Palácio de Belém
15.09
Os Selos e os Sentidos
29.09
Portugal 2010 (100 Anos da Implantação da República)
05.10
CorreioEscolar 09.10
Natal
27.10

Com a devida vénia, a FILATELIA 77.

De qualquer modo, há registar, a raridade de um programa com datas, se exceptuarmos, a falta na emissão dedicada a Cármen Miranda, que de resto, já aqui havia sido anunciada, porque sabida particularmente.
Porém, Falta continua a faltar o número de estampilhas, outra lacuna em tenho batalhado desde há muito.

Daniel Costa

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

filatelia


200 ANOS DA CHEGADA
DA FAMÍLIA REAL
PORTUGUÊSA
AO BRASIL
Ninguém sabe ao certo quantos milhares de portugueses embarcaram em Lisboa a caminho do Brasil no dia 27 de Novembro de 1807, acompanhando a Rainha D. Maria I e o príncipe regente D. João numa viagem pioneira do continente europeu para o americano.
A decisão de transferir a corte para o Brasil, após intensa conversações secretas, fora tomada a 22 de Outubro.
Pouco depois, a 27 do mesmo mês em Fontainebleau, franceses e espanhóis decidem a partilha de Portugal.
Segundo a COFI, revista dos Correios do Brasil, houve também naquele Pais, a emissão em, se-tenante, de dois selos e desenho, tal como os de Portugal, visto que foram séries geminadas.
O desenho, também comum, teve o traço do consagrado artista, José Luís Tinoco.
Houve lançamento comum, no Palácio da Ajuda, em Lisboa na presença da então Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, do então Presidente dos Correios Portugueses, Luís Nazaré e do Director Comercial dos Correis do Brasil.
A mesma revista COFI noticiava o falecimento do consagrado filatelista e jornalista da especialidade, Moisés Garaboski, de quem tive o prazer de ler alguns textos.
De facto, a filatelia do Brasil, perdeu um dos seus grandes animadores, a dez de Março passado, porque além de ter pertencido à Direcção da Associação Brasileira de Jornalistas Filatelista (ABRAJOF) e da Federação Brasileira de Filatelia (Febraf).Moisés Garabosky escreveu, sobre filatelia, regularmente, para o jornal “Folha de S. Paulo” e para diversas outras publicações filatélicas do Brasil.
Daniel Costa

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

filatelia

O VELHO FILATELISTA (conto)
Sendo ainda adolescente o destino permitiu que fosse trabalhar para uma freguesia mais a sul do distrito de Lisboa, onde o vinho era uma das riquezas do sítio.
O trabalho era variado, relacionado com a produção vinícola, apesar da juventude, já me considerava um mestre nessas tarefas, no entanto mais um ajudante dos trabalhos do campo, como muitos outros, que havia na zona.
A localidade, que se chama Miragaia, abundava a uva, da qual se produzia muito vinho tinto carrascão e em época de recessão económica, o lugar acolhia toda a classe de trabalhadores.
Então dizia-se, que ali se secava muito bagaço (casca da uva depois de espremida) e era por isso que se vivia bem.
Portanto Miragaia, no sul do Distrito de Lisboa, era uma localidade onde mesmo os pequenos proprietários, tinham o seu moço.
De modo que ter o seu criado – normalmente procedente de fora – significava pertencer a outra classe de poder económico.
Havia criados de servir de distintas categorias, dependendo do nível moral ou riqueza dos amos.
Este criado que vos fala, ao ter como patrão um dos mais recomendáveis era considerado um servente de luxo, era assim que o tratava a patroa, Dona Eduarda.
Notava-se em ocasiões que o mandava fazer certas tarefas, recomendando:
“A pessoa com que tens de falar é muito esclarecida”.Afinal, o cargo pressupunha algum prestígio a quem o exercia e consequentemente, a quem executava os serviços inerentes.
Ao cair da noite, diariamente, quando haviam acabado os afazeres, ia a uma espécie de café, um local que vendia tudo e durante o serão era ponto de encontro aberto a todos.
Ali comprovava-se que democracia, não era apenas mais uma palavra, era a realidade dessa casa.
Convém assinalar que estávamos nos anos cinquenta do século XX.Aquele local não era, pois, uma taberna qualquer, porque se podiam encontrar, à disposição a maioria dos periódicos, que se publicavam.
Eram eles que me levavam para ler e andar informado, já faziam parte dos tempos livres.
Naquela época, parecia um trabalhador do campo dotado de grande sensibilidade e talvez devido à singular postura que sempre adoptava, durante essas leituras, numa dessas noites fui abordado pelo senhor Onofre.
Este, desde então, passou a ser grande amigo.Vendo que me interessava um pouco por selos usados, o que lhe mereceu atenção especial, visto dispor de uma boa colecção de Portugal.
As estampilhas postais fascinavam-me e pensava que, com elas podia organizar uma colecção de muito interesse, mas tenho de reconhecer, nem sequer conhecer bem o termo filatelia e desconhecia existirem associações próprias de amigos dos selos.
A partir dessa nova amizade e a gente que conheci, graças a esse factor, converti-me em filatelista de que o velho Onofre é responsável, de que me dedicasse mais a esse maravilhoso mundo.
Onofre veio a perder a sua esposa, devido a enfermidade, mas tinha uma filha chamada Ercília, mais velha que eu, mas por quem tinha já uma grande estima, talvez mais uma espécie de amor.
Seu pai não me desalentava, pelo contrário.
Daí passei a visitá-los amiúde e era sempre bem recebido.
Cresceu a amizade, com a miúda, mas jamais passaria disso.
Depois de ter trabalhado em Miragaia, os regulares encontros passaram a pertencer ao passado, ficou a amizade e a recordação do velho Onofre e essas terras que o tempo acabou imortalizando, pois ali estava o berço dos dinoussários Lourinhasaurus, que pisaram muito essas terras, há milhões de anos atrás.
E o próprio Lourinhausarus está imortalizado pela filatelia, em etiquetas AMIEL.De tempos a tempos fui visitando aquela família, e quando fui mobilizado para o Ultramar, fui despedir-me. Sempre revia a colecção, o orgulho desse coleccionador.
Diria que considerava os álbuns como um símbolo de distinção, dado que era homem do campo.
Herdou muito desse património de um tio, que pertenceu ao exército e desenvolveu a colecção, tornando-a mais atractiva.
De facto, seria a única pessoa a quem a mostrava orgulhosamente, comentando o seu tesouro, formado por toda a série da rainha D. Maria II, os selos do Rei D. Pedro da primeira série de Santo António de Lisboa e muitos outros, tudo novo e impecável.
Passaram uns anos e um dia visitei o velho Onofre, com grande prazer, esperava o ritual de voltar a contemplar os álbuns. Então pude ver umas fotocópias, haviam substituído os selos, bem colocados como foram os originais.
Ercília olhou-me, com olhos que não sorriam como de costume, mostravam-se inertes e tristes.
O meu estado de ânimo também estava em baixo, pois suspeitara de algo, mais tarde compreendi melhor o que ocorrera.
A proverbial placidez manteve-se, habitual nessas situações.
Vi então que o velho Onofre havia perdido o sentido da vista, quase por completo e compreendi a via das fotocópias, para representarem os selos, como das peças originais se tratasse.
No final, sendo boa anfitriã, Ercília acompanhou-me à saída e foi quando pude saber o que havia ocorrido.
Devido a doença prolongada, o meu amigo Onofre a perder a vista e ao tratá-la iam-se esvaindo os recursos financeiros, mesmo bem administrados pela filha escasseavam, pelo que foi preciso recorrer a experts em filatelia, para equilibrar a economia e permitir que o velho pai, vivesse ao últimos anos da vida de forma digna.
Daniel Costa

sábado, 3 de janeiro de 2009

filatelia

PINHEIRO DA SILVA

João Pedro Pinheiro da Silva é o verdadeiro discípulo, do que foi Decano da Maximafilia, Engenheiro António dos Santos Furtado, que influenciou o seu desenvolvimento no Mundo Maximófilo.
De facto, António Furtado, foi mais acarinhado no meio, fora do seu país do que em Portugal. Só a partir 1974, mercê dos seus artigos regulares, na Revista FRANQUIA, passou a ser mais visível e a fazer sucesso.
Esse foi tal, que logo havia condições para ser criada uma Associação da especialidade, A Associação Portuguesa de Maximafilia. Por cisões, em pouco eram criadas mais duas agremiações.
Por inspiração nasceu a SOMBRA, que teve existência efémera, no Brasil e a ASEMA, em Espanha.
Refira-se que o grande mestre, falava correntemente o francês e cultivava o Esperanto, que lhe facilitava os contactos internacionais.
Era Presidente Honorário da Sociedade “Les Maximafiles Français.”
Actualmente, João Pedro Pinheiro da Silva, é Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Maximafilia e o seu principal impulsionador. É ainda Jurado Nacional de Maximafilia da Federação Portuguesa da Filatelia – APD.
Tendo já várias colecções de Postais Máximos, donde parte para os inúmeros artigos que tem publicado, com maior incidência no Boletim do Clube Filatélico de Portugal, uma revista de grande envergadura.
Tem colaboração no Boletim da ASEMA de Espanha. O artigo que tive o ensejo de ver, sobre o tema Fósseis, insere cinco Máximos da sua colecção denominada “Salvemos a Terra – um planeta com vida.” Um artigo, que considero muito bem estruturado. Aliás venho acompanhando muitos dos seus trabalhos e por isso o considero, o verdadeiro discípulo do Engenheiro Furtado.
Vi também duas peças diferentes publicadas nas revistas “Selos & Moedas” da Secção Filatélica e Numismática do Clube dos Galitos de Aveiro (Novembro de 2008), e no Boletim Filatélico (Janeiro/Fevereiro de 2009) da Fundação do Pessoal da BP.
O primeiro artigo denominado “Miradouro da Maximafilia,” versa sobre A cidade de Aveiro e outras curiosidades, apoiado na reprodução de cinco Máximos, sendo o último relativo ao Presidente Franklin D. Roosevelt.
O segundo tem por título, “VANESSA FERNANDES – Campeã de Europa de 2004 a 2008.” Ilustra um P. M. com atleta em prestação em corrida de atletismo. O selo e o carimbo são comemorativos da competição de 2008, precisamente de Lisboa 09/05/2008.

BOLETIM FILATÉLICO
FUNDAÇÃO DO PESSOAL DA BP

Acaba de sair o número 58, terceira série, correspondente a Janeiro / Fevereiro de 2009 desta publicação bimestral. Destaco o ênfase, dado à Grande Exposição Universal FIP, a realizar em Lisboa em 05/10/2010, com fotografia e nomes dos 72 Comissários mundiais.
SELOS NOVOS – MACAU

Amanhã, 04/01/2009, sairá a primeira série se selos do ano. Trata-se do selo comemorativo do Bicentenário do Nascimento de Luís Braile.

https://www.macaupost.gov.mo/Philately/XVersion/imagesZoom.aspx?name=&admcode=MAC&emicode=200901&prdcode=SEL01TD

Taxa: 5,00 Patacas
Desenho: Victor Hugo Marreiros
Impressor: Cartor Security Printing, França.

Daniel Costa

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

filatelia

O MELHOR RALI DO MUNDO
E A FILATELIA

Entrevista com Alfredo César Torres

Elaborou Miguel Foz (pseudónimo de Daniel Costa)

Achei por bem “desenterrar” a presente entrevista publicada em Março de l883, na extinta FN.- Filatelia e Numismática, de Lisboa, que o seu editor Américo Mendes Ribeiro coordenou.

Poderá parecer estranho que uma revista especializada em coleccionismo de selos e moedas, procure a palavra de alguém muito conhecido do público, em geral, não pela ligação a aspectos coleccionistas.
De facto, ALFREDO CÉSAR TORRES é nome sonante, a nível mundial, no Desporto Automóvel, mas não lhe são conhecidas ligações á filatelia, tema em que irei centrar as questões.
No fundo a revista “FN”, pretendendo ser criativa e dinâmica, luta pela busca de assuntos interessantes para os leitores, ao mesmo tempo que procura a necessária formação de opinião tendente a que o coleccionismo filatélico e numismático, sobretudo, possam sempre ser olhados como algo de importante para uma maior estratificação da cultura e não como actividades culturais menores.
É evidente que, sendo o entrevistado homem do mundo automóvel, tenho de fazer uma incursão nesse campo, para atingir os propósitos em vista.
César Torres, pelo seu dinamismo e por paralelismo de actividades, bem poderia ser considerado um extraordinário exemplo para dirigentes filatélicos, que contam com uma vastidão de interesses a explorar, que talvez possa pedir meças à do Desporto Automóvel. Mais difícil de popularizar, é certo, mas por isso não menos aliciante, porque também as potencialidades não conhecem fronteiras.
Alfredo César Torres lidera a organização do Rali de Portugal/Vinho do Porto, a que em 1982 foi concedido, pela sexta vez, em sete anos, o título de Melhor Organização Mundial de Construtores. Por sua vez, o Governo Português, por intermédio do Secretário de Estado, Serra Moura, outorgou-lhe a mais alta condecoração do Desporto Nacional, a Medalha de Honra ao Mérito Desportivo.
Sendo o actual presidente da Junta de Turismo da Costa do Estoril e do Automóvel Clube de Portugal, Alfredo César Torres, chegou a declinar a participação em tarefas de Governo, para melhor se dedicar à consolidação do prestígio das organizações que lidera. Isto diz tudo do seu empenho nas causas a que se tem dedicado com rara eficiência.
Mas o leitor, enquanto contempla a reprodução de alguns selos alusivos a Ralis de Monte Carlo – um evoca Lisboa – poderá acompanhar-me na gostosa tarefa de ouvir César Torres.

- Senhor Alfredo César Torres, ligado ao automobilismo, em todos os seus aspectos, nomeadamente o de alta competição, alguma vez se apercebeu que, a nível europeu e com representação em Portugal, existe um organismo de filatelistas que se dedicam ao Tema Veículos Motorizados?

- De facto, já várias vezes recebi. Quando me desloquei a provas ao estrangeiro, colecções de selos em que o tema é o deporto automóvel. Penso que é com base no Grande Prémio do Mónaco e no Rallye de Monte Carlo que o assunto tem sido objecto da maior cobertura.

- No seu curriculum nunca terá aparecido que seja coleccionador, não obstante se saber que os seus troféus poderão, só por si, constituir uma colecção. Mas pergunto-lhe: - Com uma vida votada ao Automobilismo, nunca se terá dado ao trabalho, mesmo por desfastio, de adquirir e guardar umas quantas séries de selos postais, dedicados ao Automóvel e ao próprio desporto que é a utilização prática dessa máquina infernal dos tempos modernos?

- Efectivamente, não sou coleccionador. Tenho, é verdade, uma colecção de taças que fui juntando como recordação da carreira desportiva, mas nunca foi vocacionado para coleccionar qualquer outra coisa.

- Alguns acontecimentos desportivos já têm sido filatelizados em Portugal, através de emissões de selos. No entanto o já famoso Rali de Portugal/Vinho do Porto, a que tem emprestado o seu dinamismo, nunca mereceu essa distinção. Será apenas porque a Organização a que preside nunca terá apresentado uma proposta nesse sentido às autoridades competentes?

- Nos tempos em que o actual Rallye de Portugal - Vinho do Porto era organizado era organizado pelo grupo Cultural e Desportiva da TAP, tendo então a designação Rallye Internacional TAP, o assunto foi colocado à consideração das entidades respectivas mas, por razões que ignoro, não lhe foi dada continuidade. Na hora actual, é evidente que veríamos com muito agrado uma emissão de selos alusivos ao Rallye de Portugal - Vinho do Porto. Todavia, como essa não é, como já apercebeu, a nossa vocação, ficamos a aguardar que o problema nos seja colocado com a certeza de que a ideia mereceria todo o nosso apoio.

- De qualquer forma, não lhe parece que um bem cuidado série de selos de Correi, com uma promoção bem coordenada ente C.T.T. e organização do Rali de Portugal, poderia ser mais um trunfo promocional, a ter em conta, não só no aspecto desportivo em si, como até na divulgação do produto – riqueza nacional – que patrocinava a competição, ou seja o famoso “Port Wine”?

- A resposta anterior já responde a esta pergunta. Repito, pois, que a abraçaremos a ideia com todo o entusiasmo.

- Mesmo em pequenos “flashes”, os jornais têm dado destaque à criação de uma Federação Internacional de Filatelia, dedicada ao Tema Jogos Olímpicos, paralela à Organização Olímpica. Desdenharia duma iniciativa desse género, em prol dos Desportos Motorizados?

- Caro que não. Tudo o que possa contribuir para o prestígio e divulgação do desporto automóvel terá sempre de encontrar da minha parte, como seu principal responsável em Portugal, o maior carinho e dedicação.

- Mesmo não estando por dentro do mundo da Filatelia/Competição, a constatação da sua existência, não lhe poderia sugerir, em datas e locais condizentes, uma dupla – Filatelia subordinada ao Tema Automóvel e Competição Automobilística? Não acha que poderia ser um extraordinário meio de propaganda comum das duas modalidades que, simultaneamente, poriam o Desporto e a Cultura em destaque?

- Acho que sim. Poderia, por exemplo, aproveitar-se uma exposição na FIL para em paralelo, propagandear a Filatelia e a Competição Automóvel.

Senhor César Torres, esta entrevista é mais devida ao propósito de tornar sugestiva a ideia de uma emissão de selos postais portugueses evocando o Melhor Rali do Mundo, o Rali de Portugal – Vinho do Porto, pelo que lhe pedia que explanasse aqui mais algumas ideias sobre o assunto, inclusivamente, se depois desta pequena conversa irá equacionar uma proposta a fazer aos C.T.T. para que num futuro próximo, o grande número de adeptos do automobilismo, a par dos seus cartazes alusivos que, também são um extraordinário motivo de colecção possam através dos selos, recordar para a posterioridade a actual fama do evento.

- Já lhe disse atrás que darei todo o meu apoio à ideia. Parece-me, todavia, que a mesma deve ser desenvolvida por que seja especialista na matéria. Assentes que estejam as bases de proposta, devidamente fundamentadas, a organização do Rallye de Portugal – Vinho do Porto não terá dúvidas em subscrevê-la.

Daniel Costa